Psilocybe maluti é uma espécie de fungo recentemente descrita da família Hymenogastraceae, descoberta em 2021 na região de Free State, na África do Sul. Nome da espécie maluti provém das montanhas Maluti, onde este cogumelo foi encontrado.
Descoberta e identificação
Em 2021, Daniella Mulder, uma micologista autodidata, encontrou este fungo a crescer em estrume de gado na província de Free State. Fotografias e amostras foram enviadas a Breyten van der Merwe, da Universidade de Stellenbosch, para análise. A sequenciação do ADN e os estudos morfológicos confirmaram que se tratava de uma nova espécie.
Caraterísticas morfológicas
Psilocybe maluti pertence à secção Cubensae do género Psilocybe, como Psilocibo cubensis. Caracteriza-se pelas seguintes caraterísticas:
- ChapéuCor: Castanho dourado, com tendência para azular após danos.
- Núcleo: Elegante, central, com um anel móvel branco.
- PainéisCheiro: Denso, esbranquiçado, escurecendo com a idade.
- Esporos: Elipsoidal a amendoado, medindo 7-8 × 5-6 µm.
Significado cultural
Psilocybe maluti é o primeiro cogumelo alucinogénio cientificamente documentado utilizado tradicionalmente em África. Os curandeiros tradicionais Basotho do Lesoto, conhecidos como os koae-ea-lekhoaba, utilizam-no em práticas medicinais. Esta descoberta fornece informações únicas sobre a utilização tradicional de cogumelos psicoactivos no continente africano.
Ocorrência
Este fungo cresce no estrume do gado em regiões montanhosas como as Montanhas Maluti. A sua descoberta eleva para seis o número de espécies de Psilocybe nativas conhecidas em África, realçando a necessidade de mais investigação sobre a diversidade de fungos no continente.
Fontes: